Principio da autoridade dos pais segundo a bíblia
(dt 6.6-9)
6 estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; 7 tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te. 8 também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos. 9 e as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas.
(dt 4,40)
40 guarda, pois, os seus estatutos e os seus mandamentos que te ordeno hoje, para que te vá bem a ti e a teus filhos depois de ti e para que prolongues os dias na terra que o senhor, teu deus, te dá para todo o sempre.
(dt 11.18-20)
18 ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma; atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por frontal entre os olhos. 19 ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentados em vossa casa, e andando pelo caminho, e deitando-vos, e levantando-vos. 20 escrevei-as nos umbrais de vossa casa e nas vossas portas,
Pai, como ser na pos-modernidade?
A paternidade é uma das mais sublimes missões da humanidade, e uma das mais complexas. Há muitos homens que ganharam notoriedade na sociedade e perderam seus filhos. Galgaram os degraus da fama e do sucesso e sofreram derrotas fragorosas dentro do lar. Há aqueles, também, que jamais subiram ao pódio da fama, mas construíram famílias sólidas e edificaram relacionamentos saudáveis dentro do lar.
A bíblia aponta vários exemplos de homens que foram grandes líderes e tornaram seus nomes célebres, alcançaram vitórias retumbantes contra seus inimigos e figuram entre os nobres na constelação dos grandes deste mundo, mas fracassaram rotundamente no campo da família. Homens como Isaque, Davi e Josefa são enaltecidos ainda primeiro, os pais precisam cuidar da formação moral dos filhos. Hoje vivemos numa sociedade profundamente influenciada pelo pós-modernismo.
'Os pais precisam ser modelos para seus filhos. É a única forma eficaz de ensinar. O espelho é mudo, mas é eloquente'
a hoje pelas suas virtudes e conquistas fora dos portões da família, mas sofreram derrotas amargas no contexto familiar.
Ser pai não é uma missão simples. A paternidade responsável exige preparo, análise, avaliação e inteira dependência de deus. Temos não apenas o privilégio de gerar filhos, mas também a responsabilidade de educá-los. A educação dos filhos é um investimento que exige compromisso, coerência e muito trabalho. A bíblia diz que devemos ensinar os filhos, sobretudo, com o exemplo. Devemos fazê-lo com perseverança e criatividade. Dentre várias áreas vitais na educação dos filhos, destacamos três indispensáveis.
A pós-modernidade traz, no seu bojo, três tendências perigosas: a pluralidade, a privacidade e a secularização. Vivemos num mundo onde há muitas idéias, conceitos e valores. O mundo cada vez mais rejeita a idéia de uma verdade absoluta. Os padrões morais graníticos e absolutos são considerados extremos fundamentalistas e radicais.
O mundo pós-moderno é uma grande arca que abriga toda sorte de pensamentos, religiões e filosofias. Acabou-se a idéia do conflito, da apologética, da discussão. Cada pessoa tem espaço para viver a sua crença, a sua filosofia de vida, o seu padrão moral. Neste contexto, os pais não interferem na vida dos filhos. Cada um tem uma vida autônoma. A ética pós-moderna é profundamente privativa. Cada um vive a sua vida sem ter que prestar contas a ninguém. Não existe um código de ética com valores absolutos. Cada um tem a sua verdade, os seus princípios e os seus valores. A ética é individual e privativa. Assim, no conceito pós-moderno, os pais não têm o direito de interferir na conduta dos filhos, não têm o direito de lhes impor um padrão de conduta. As pessoas passam a viver dentro da mesma casa, debaixo do mesmo teto, mas sem nenhum compromisso, aliança ou sentimento de pertencimento. Também prevalece na cultura pós-moderna a secularização. O homem é o centro de todas as coisas. Tudo deve girar em torno do homem, para agradá-lo e para promover o seu prazer imediato. Não há espaço para deus nem para a sua verdade.
Nesse ambiente confuso, os pais cristãos precisam voltar-se para a palavra de deus, a verdade infalível, inerrante e suficiente, para forjar o caráter de seus filhos. Nossos filhos precisam ter caráter no meio de uma geração onde a corrupção trafega desde as mais altas cortes até as choupanas mais pobres. Precisam aprender a ser verdadeiros no meio de uma geração que tem vergonha de ser honesta. Precisam aprender a prática da justiça onde os escândalos de toda ordem são a principal atração dos meios de comunicação de massa. Precisam aprender a amar, mesmo num mundo marcado pelo ódio e pelas guerras. Construir o caráter dos nossos filhos é mais importante do que contruir impérios. Nossos filhos precisam mais de ensino e sabedoria do que de fortunas. O bom nome vale mais do que riquezas.
Segundo, os pais precisam cuidar da vida espiritual dos filhos. Nossa sociedade está profundamente secularizada. O ter está se tornando mais importante do que o ser. Os pais investem muito na formação intelectual e profissional dos filhos, mas, via de regra, os deixam órfãos na área espiritual.
'Em vez de ser um lugar onde a fragrância do amor e o perfume da harmonia prevalecem. O lar, muitas vezes, é uma arena de agressões veladas, verbais e até físicas•.
Comunicação
Dedique tempo e atenção àquilo que seu filho tem para dizer
a comunicação é essencial na edificação de um relacionamento profundo e de qualidade. É a transmissão de palavras e sentimentos. Vamos focalizar, especificamente, o relacionamento entre pais e filhos. Há várias maneiras práticas de fortalecer este relacionamento, mas também há várias maneiras de detoná-lo. Seguem, na lista abaixo, algumas atitudes e comportamentos que podem prejudicar esta amizade — devendo, portanto, ser evitadas. São falhas no relacionamento que podem amargar o relacionamento:
• falha no dever de ser um modelo consistente: “faça o que eu digo, não faça o que eu faço!”.
• falha na admissão do erro: “eu sou adulto, eu faço o que é certo!”.
• falha por não dar respostas certas a perguntas honestas: “porque sim e fim de papo, entendeu?”.
• falha no incentivo ao jovem para desenvolver sua identidade pessoal: “você quer ser o quê?”.
• falha em saber o que está por trás da aparência, quais são as coisas importantes: “este seu quarto é um chiqueiro!”.
• falha em demonstrar aprovação e aceitação: “você não consegue fazer nada certo?”.
• falha ao desaprovar os amigos do seu filho, sem qualquer esforço para conhecê-los: “onde você encontrou esse aí?”.
• falha em dar ao jovem o direito de fracassar: “o que você fez?”.
• falha no diálogo com os filhos sobre assuntos delicados: “podemos falar sobre isto numa outra hora?”.
• falha na administração de tempo: “eu estou muito ocupado, podemos fazer isto depois?” ••.
O que a bíblia diz sobre a "lei da palmada"?
Não deve ser fácil educar um filho. Menos fácil ainda deve ser educar sem alguma forma de repressão, educar com paciência e ficar na expectativa de que todo seu esforço valeu por uma palmada.
A “lei da palmada”, como está sendo chamada, é uma tentativa de educar os pais na forma de como devem educar seus filhos. Parece irônico, mas é o que diz a lei. Além disso, ela fala de punição aos pais que tentarem qualquer forma de educação com uso de força física ou castigos corporais na educação dos filhos. O artigo 18 da lei diz: “a criança e o adolescente têm direito a não serem submetidos a qualquer forma de punição corporal, mediante a adoção de castigos moderados ou imoderados, sob a alegação de quaisquer propósitos, no lar, na escola, em instituição de atendimento público ou privado ou em locais públicos”. E ainda alerta aos pais: “verificada a hipótese de punição corporal em face de criança ou adolescente, sob a alegação de quaisquer propósitos, ainda que pedagógicos, os pais, professores ou responsáveis ficarão sujeitos às medidas previstas no artigo 129, incisos i, iii, iv e vi desta lei, sem prejuízo de outras sanções cabíveis”.
Ora, não está escondida no quarto dos fundos do bom senso a premissa de que educar com espancamento é correto. Arrancar sangue de uma criança ou deixá-la marcada com hematomas pelas agressões, isso todos, salvo os que sofrem de algum distúrbio psíquico, devem saber que é, sem dúvida alguma, um erro inquestionável.
No entanto, punir os pais e chamá-los de criminosos por educarem os filhos com palmadas, isso sim é questionável. A lei tem o direito de criar meios para proteger, assegurar, punir; mas, intervir na criação dos filhos dos outros, isso não. Até a bíblia diz que a correção aos filhos, para dar-lhes limite, é saudável. E correta.
No livro de provérbios, o rei Salomão, homem mais sábio do mundo, diz: “o que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo, o disciplina” (provérbios 13:24) certamente, o rei sabia a diferença entre corrigir com palmadas e espancar. Mesmo assim, era categórico em afirmar que a “vara”, ou seja, a repreensão mais incisiva era essencial.
O que podemos aprender com isso é que nem sempre uma simples conversa resolve. Nem sempre a ameaça de retirar o vídeo game ou o computador por uma semana da vida da criança também resolve.
Às vezes, o que a criança precisa é de uma correção maior, tal qual pede a bíblia. Não de forma a deixá-la marcada, traumatizada, mas educada, respeitadora, consciente de seus atos e erros e sabendo que não é o céu o seu limite, mas o respeito aos seus pais e aos outros.
Não é raro vermos crianças cheias de vontade, com excesso de mimo e pais sem saber o que fazer; pais que parecem amiguinhos tentando remediar situações de estresse dos filhos e ficando totalmente estressados. O difícil é ver, pelo menos hoje, pais que consigam impor sua autoridade (e não autoritarismo) para que os filhos vejam e sintam quem manda e quem obedece.
Filhos precisam de pais que os eduquem de fato e não apenas de amigos para compartilhar confidências. Pais presentes, respeitadores e exemplares têm mais chances de terem filhos da mesma forma. Para isso, a base desta educação deve ser o temor – dos pais a deus e dos filhos aos pais. É o que diz Salomão: “a vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe” (provérbios 29:15).
O curioso é que a orientação bíblica contraria a sugestão de alguns especialistas, que defendem a “lei da palmada” porque acreditam que isso impede a violência, já que, segundo eles, a criança que recebe palmada pode tornar-se agressiva. Logicamente, casos extremos de violência podem gerar mais violência, mas dizer que palmado é o fator propulsor que gera violência é tirar dos pais o dever de disciplinar e dos filhos o direito de serem educados, não de forma violenta, mas sábia.